quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Álcool + Fígado? Definitivamente não combinam!

        O consumo de álcool passou a ser mais frequente e abusivo de uns anos para cá, após o advento da destilação, pois aumentou sua disponibilidade, em contraste à situação de décadas anteriores em que o uso desta droga era predominantemente associado a rituais religiosos e festivos. A figura abaixo mostra o elevado consumo desde pessoas com 12 anos até mais de 35.


        Ao ingerir o álcool, ele é absorvido rapidamente pelo estômago e duodeno e, em instantes, cai na circulação sanguínea. Na primeira passagem pelo fígado, começa a ser parcialmente metabolizado, ou seja, o organismo procura formas para livrar-se dele, destruindo suas moléculas e expelindo pequena porcentagem delas pela urina, suor, hálito, etc. O que sobra desse metabolismo inicial vai exercer sua ação em todo o organismo, pois são necessárias várias passagens pelo fígado para que ele seja destruído completamente. É no fígado, portanto, que a estrutura química do álcool é alterada e ele é decomposto em gás carbônico e água.
       Para a metabolização do álcool etílico há necessidade da participação de enzimas e cofatores. As enzimas são: álcool dehidrogenase (ADH), aldeído dehidrogenase (ALDH), sistema microssômico de oxidação do etanol (MEOS), que induz o citocromo específi co P-4502E1 (um dos citocromos do sistema MEOS). Os cofatores são NAD e NADP+O2. A oxidação do etanol se processa em duas fases de metabolizá-lo.
      Na primeira, este é transformado em acetaldeído. Nessa primeira fase participa a enzima ADH. Na segunda fase, o acetaldeído é transformado em acetato, coma participação do cofator ALDH. Em consequência da oxidação do etanol ocorrem importantes modificações bioquímicas: aumento da relação NADH/NAD, formação de acetaldeído, proliferação microssomal, entre outras, que integram o conjunto de mecanismos capazes de causar dano ao fígado.
      No entanto, a capacidade do fígado de destruir o álcool é limitada. Leva mais ou menos uma hora para o fígado metabolizar um copo de vinho e não há nada que se possa fazer para acelerar esse processo. Então, se a pessoa tomou dez copos de vinho, vai ficar com álcool no sangue por pelo menos dez horas. E se o corpo passar por longos períodos de exposição ao álcool, o fígado será continuamente estimulado, e nem sempre dará conta de eliminá-lo por completo sem ser lesado. Dentro do processo de entrar álcool e sair CO2, existe a formação de uma substância intermediária ,como foi explicado na figura e no metabolismo deste, o acetaldeído, que é muito mais tóxica e lesiva para o fígado e para o organismo como um todo do que o próprio álcool.
        O consumo excessivo dessa droga traz inúmeros danos à saúde, como por exemplo a cirrose hepática, hepatite alcoólica e a esteatose. Dessas doenças, a que está mais prevalente no nosso meio é a cirrose hepática, que também pode ser causada pela Hepatite. Esta é uma doença crônica do fígado que se caracteriza por fibrose e formação de nódulos que bloqueiam a circulação sanguínea. Essa patologia faz com que o fígado produza tecido de cicatrização no lugar das células saudáveis que morrem. Com isso, ele deixa de desempenhar suas funções normais como produzir bile (um agente emulsificador de gorduras), auxiliar na manutenção dos níveis normais de açúcar no sangue, produzir proteínas, metabolizar o colesterol, o álcool e alguns medicamentos, entre outras.
         Os principais sintomas da cirrose são: náuseas, vômitos, perda de peso, dor abdominal, constipação, fadiga, fígado aumentado, olhos e pele amarelados (icterícia), urina escura, perda de cabelo, inchaço (principalmente nas pernas), ascite (presença de líquido na cavidade abdominal), entre outros. Em casos mais avançados pode ocorrer a encefalopatia hepática (síndrome que provoca alterações cerebrais provocadas pelo mau funcionamento do fígado).
      Cirrose é um processo patológico irreversível que pode ser fatal. Portanto, é importante fazer o diagnóstico precoce para iniciar o mais depressa possível o tratamento que pode adiar ou evitar que surjam complicações mais graves. A primeira coisa a fazer diante do diagnóstico de cirrose é eliminar o agente agressor, no caso de álcool e drogas, ou combater o vírus da hepatite.
          É importante ressaltar também que ao ingerir o álcool nós agredimos não só a nossa saúde como também as pessoas ao nosso redor, visto que cerca de 50 mil brasileiros morrem por ano em acidentes relacionados com a bebida, mais ou menos o mesmo numero de soldados mortos na Guerra do Vietnam.
         Logo, para combater o excessivo consumo de bebidas alcóolicas, deve-se investir em campanhas de conscientização e que mostre os danos causados por esse mal, além de aumentar a fiscalização nos bares, principalmente para evitar o consumo de bebida a menores de idade, e nas ruas para impedir que pessoas dirijam alcoolizadas.  

   REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/utentes/alcoolismo/figado_e_alcool_quanto_podemos_beber_sem_risco_1

9 comentários:

  1. Muito interessante conhecer um pouco dos mecanismos bioquímicos acerca da maior glândula do corpo humano. De fato, o álcool ,em grandes quantidades, interage de forma negativa na homeostase orgânica, potencializando a perda de consciência, bem como inibindo a produção do hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina, fazendo com que o indivíduo perca grandes volumes de água por meio da urina, além de sintomas como náuseas, vômitos e dores de cabeça.
    Assim como a maioria das substâncias metabolizadas pelo fígado, o álcool em excesso pode propiciar um quadro de overdose, principalmente pelo aumento da concentração de produtos tóxicos no fígado, como o acetaldeído, podendo lesionar o órgão.
    Uma das patologias correlacionadas ao uso do álcool, e citada neste post, é a cirrose hepática, que pode estar associada a um quadro de hepatite, mas que é proveniente da ingestão excessiva de álcool.
    Além disso, e a nível de curiosidade ou sugestão para próximas postagens, existe uma substância conhecida como metanol (CH3OH), e que pode ser um dos produtos da destilação da cana-de-açúcar, mas em menor quantidade, e que pode estar presente em algumas bebidas alcoólicas, tendo um potencial tóxico pela formação do formaldeído, pela interação com a enzima álcool-dehidrogenase, sendo facilmente absorvido pelo organismo por sua alta solubilidade, e através de pequenas concentrações (20 - 60 mL) já se apresenta como um causador de distúrbios.

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  2. O blog foi muito inteligente na medida em que trouxe um tema importante da área da saúde, que é o dano que drogas como o álcool, que é altamente disseminado pelo mundo, pode fazer a órgãos importantes do nosso corpo, como o fígado. Isso se torna um problema social muito grande quando se leva em conta que o álcool é uma droga barata, de fácil acesso, e que começa a se disseminar na vida das pessoas muito cedo, (ainda na adolescência, em muitos casos), por uma boa parcela das pessoas que não fazem ideia de que podem em 20 ou 30 anos, sofrer com graves problemas de saúde. O que acontece, é que, afinal, o fígado tem a capacidade de destruir o álcool, (possui enzimas que o transformam, por exemplo, em acetaldeído). Entretanto, quando a ingestão é excessiva, as células hepáticas começam a ser lesadas, e a recuperação, que é um processo delicado, acaba ficando mais difícil, se o indivíduo bebe todos os dias, por exemplo, acabando por comprometer o metabolismo. Das doenças que mais afetam o fígado, três podem ser destacadas, como bem retratou o texto: cirrose hepática, hepatite alcoólica e a esteatose. Destas, a cirrose é a mais comum e a caracterizada por fibrose e formação de nódulos que bloqueiam a circulação, tendo como principais sintomas, as náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação, fadiga, urina escura, entre outros, que ainda podem evoluir para uma encefalopatia hepática. Aguardo novas postagens.

    Referências:
    http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/o-figado-e-o-alcool/

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  3. A abordagem do tema do consumo do álcool é extremamente importante nos dias atuais, já que o mesmo aumenta cada vez mais. Interessante também o fato de o fígado demorar uma hora para degradar uma simples taça de vinho. Isso nos leva a pensar nas pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool e no dano que isso causa ao organismo das mesmas, como as doenças citadas no texto: cirrose hepática, hepatite alcoolica e esteatose. Esta última é caracterizada pela inflamação do fígado, que pode levar à morte. Ela tem como sintomas a febre baixa, vômito, pele e olhos amarelados, inchaço abdominal, entre outros. Para tratar essa doença, deve-se eliminar o consumo de álcool. Podem ser utilizados medicamentos como os corticosteroides, os ácidos ursodesoxicólicos e a fosfatidilcolina, que atuam como anti-inflamatórios e agem contra as toxinas do álcool (http://www.tuasaude.com/hepatite-alcoolica). É importante que se evite o consumo de bebidas alcoolicas e seja notado o prejuízo que as mesmas causam.

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  4. Muito interessante o post, pois trata e nos esclarece muito bem acerca de um assunto que há algum tempo vem sendo debatido com vigor que é o consumo do álcool e sua consequências danosas. Como o texto mostrou bem o consumo excessivo do álcool traz efeitos terríveis aos usuários, dentre esses se destaca a cirrose hepática que, como citado no post, é irreversível e pode ser fatal. Somado a essas consequências pode-se destacar o quanto o álcool é prejudicial ao organismo como um todo. As doenças físicas consequentes do alcoolismo são de origem gastrintestinal, como úlceras, varizes esofágicas, gastrite e cirrose; neuromuscular, como cãibras, formigamentos e perda de força muscular; ou cardiovascular, como a hipertensão; além de impotência ou infertilidade. Os transtornos mentais associadas ao alcoolismo são o delirium tremens; a demência de Korsakoff; as perturbações psicóticas do humor, da ansiedade ou do sono; e a disfunção sexual.

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  5. Segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, em pequenas quantidades o álcool promove uma desinibição, mas com o aumento desta concentração o indivíduo passa a apresentar uma diminuição da resposta aos estímulos, fala pastosa, dificuldade à deambulação entre outro. Em concentrações muito altas, ou seja, maiores do que 0,35 gramas/100 mililitros de álcool o indivíduo pode ficar comatoso ou até mesmo morrer.
    Rotineiramente, percebe-se a presença do álcool nos mais diversos ambientes, o que não apresentaria tantos problemas se ingeridos em pequena quantidade, mas o equilíbrio entre limite e excesso ainda é inoperante, para muitas pessoas causando diversas repercussões no fígado conforme supracitado.
    Uma atenção especial, merecem o indivíduos dependentes do álcool, em que na maioria dos casos, não possuem controle mais sobre si e vão cada vez mais aumentando os problemas do organismo, sobretudo no fígado, sem deixar de pontuar na carência de substratos básicos, como vitaminas indispensáveis ao organismo;
    A exemplo a vitamina B3, em que embora encontrada em diversos alimentos, indivíduos dependentes do álcool não possuem apetite para fazer suas refeições decorrente da saciedade causada pelo álcool no estômago, podendo causar pelagra ou diarreia, falta de apetite, emagrecimento, fadiga, insônia, irritabilidade, depressão e problemas de pele, pois tão vitamina é indispensável ao processo metabólico.
    O mais importante a ser feito é o auxílio aos dependentes, tentado tirá-los do vício, assim como trabalhar políticas públicas que coíbam e impeçam nossos indivíduos de entrar neste mundo que repercute negativamente no organismo.

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  6. Dificuldades em andar, visão borrada, fala arrastada, tempo de resposta retardado e danos à memória. De maneira clara, o álcool afeta o cérebro. A sua ação inibidora provoca uma depressão no funcionamento do cérebro, causando um sensação de relaxamento em quem bebeu. Diferentemente do cigarro, não houveram grandes mudanças de comportamento da sociedade em relação ao álcool. Admite-se que ele é responsável por muitos casos de violência, especialmente no trânsito, provoca dependência e, como bem explanado no post, sobrecarrega o fígado, mas bebidas alcoólicas ainda estão presentes na maioria das festas. É possível imaginar um mundo sem esse veneno?

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  7. Muito bom falar de um assunto tão cotidiano como a bebida alcoólica, presente na maioria dos locais de laser. No entanto, o excesso no consumo está causando, além dos prejuízos psicológicos, muitos danos para a saúde. Interessante a explicação sobre o metabolismo do álcool no fígado e as doenças.A doença hepática alcoólica geralmente ocorre após anos de consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Quanto maior o consumo de álcool e a duração desse consumo, maior é a probabilidade do desenvolvimento de doença hepática.
    Os órgãos do sistema digestivo incluem o fígado, a vesícula biliar, o estômago, o intestino delgado e o intestino grosso. A hepatite alcoólica aguda pode resultar do consumo excessivo de álcool em uma única situação. Ela pode colocar a vida em risco se for grave.
    As pessoas que bebem excessivamente podem ficar desnutridas devido às calorias vazias do álcool, a ter apetite reduzido e à absorção deficiente (falta de absorção) de nutrientes nos intestinos. A desnutrição contribui para a doença hepática. As mulheres são mais susceptíveis e não é necessário ficar embriagado para adquirir a doença.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Ótimo texto sobre os efeitos do álcool sobre o figado, que um dos órgãos que mais sofrem com o uso abusivo desse destilado, onde a sua metabolização é feita, e importante caracterizar as patologias que advêm com o uso excessivo de bebida que lesam o figado, podendo levar a morte, visto a importância do órgão. Um dos efeitos colaterais mais visíveis depois da ingestão de bebidas alcoólicas é a famosa “ressaca”, que é a expressão que denomina o conjunto de alterações no organismo provocado pelo excesso de álcool porque o álcool se espalha por várias partes do corpo, via corrente sanguínea, então os seus sintomas se manifestam dos rins a cabeça. No intestino quando o álcool é absorvido pelas células da parede intestinal, acaba atrapalhando a absorção de água. O resultado é que as fezes ficam diluídas, provocando diarreia. Como a água passa direto pelo intestino, o organismo perde muito líquido e fica desidratado. O cerebelo que também é atacado pelo álcool é a parte do cérebro responsável pela coordenação motora. Os efeitos mais comuns desse desregulamento são as mãos trêmulas no dia seguinte. Em casos extremos, pode ocorrer desequilíbrio e quedas, além de tremor por todo o corpo. Gera vicio, pois a ansiedade e depressão podem ser estimuladas pela falta de bebida, pois o álcool excita neurotransmissores no sistema límbico. Quando o cérebro sente falta da bebida, porém, acentua reações emocionais que a pessoa manteria sob controle em condições normais. Os neurotransmissores que captam estímulos como luminosidade e sons são inibidos pela bebida alcoólica, quando o efeito passa, porém, ficam super estimulados, e qualquer barulho ou luz os sobrecarrega. Além disso, as pupilas, dilatadas, não regulam a entrada de luz. O vomito ocorre em certos casos porque o álcool estimula a produção exagerada de suco gástrico, irritando as paredes do estômago. A pressão aumenta para bombear o sangue mais grosso pela desidratação. Artérias dobram de espessura e causam a dor em quem sofre de enxaqueca. A dor também pode vir por outro motivo: irrigados pela alta pressão, os músculos ao redor do crânio o comprimem. A fadiga da manhã seguinte é causada, em parte, porque durante a bebedeira o álcool inibe um estimulante natural do organismo: a glutamina. Quando o efeito do álcool diminui, o corpo produz muita glutamina para compensar. Isso agita o cérebro e impede que o sono seja profundo e reparador. O álcool tem função diurética, ou seja, estimula a expulsão de água do corpo, via urina, mesmo que haja pouca água no sangue. Isso ocorre porque ele inibe a ação do hormônio ADH, antidiurético que regula o nível de água na corrente sanguínea. O que origina a desidratação.
    Esses são os efeitos do álcool em outros órgão do corpo humano. Aguardo novas postagens.

    Fonte:
    http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/12/30/figado-ainda-e-acusado-injustamente-de-causar-ressaca-veja-alguns-mitos.htm
    http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-as-bebidas-alcoolicas-causam-ressaca

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